[ Teatro
Há quem me conheça que, carinhosa e ocasionalmente, me chame 'louco'. Não no sentido patológico do termo, mas como epíteto significando talvez possuidor de um humor com limites longínquos e, porventura, indefinidos.
Espero eu que seja assim que usam o termo. Caso contrário tenho mesmo uma patologia tão grave que eu próprio não me apercebo e creio ser outra coisa... Assumamos que é naquele sentido.
Entre as inúmeras coisas que fizeram e/ou contribuiram para esta forma de ser estão algumas coisas que li. Certas cenas do Astérix ou do Gaston LaGaffe, do Calvin&Hobbes, do Dilbert. Há também coisas que vi, sketches vários. Cenas dos Marretas, Black Adder ou alguns filmes. E muitas outras coisas de que agora não me lembro.
Entre as séries de televisão há uma constelação de estrelas muito particular que me orientou o percurso: os Monty Python. Conheci-os quando a RTP 2 passou há uns 20 anos atrás os seus programas à hora dos telejornais e da telenovela. Já na altura eram antigos porque datavam do princípio dos anos 70. Se as roupas e a qualidade de imagem denunciam essa antiguidade, o sentido de humor tão especial e tão único dos cinco elementos dos Monty Python perputou o seu talento inimitável.
Dentro desta constelação é difícil escolher uma estrela entre tantos milhares sketches. O João envio-me hoje um link de um deles (obrigado!). Cliquem aqui e deliciem-se com estas lições de vôo. Enloqueçam também um pouco, porque faz bem!
Atenção: está em inglês e sem legendas...
Gosto muito de muitas músicas, e de muitos estilos. Pop, Rock, Punk, Clássica, Reggae (sim!...), Étnica, Tradicional, sei lá que mais. Nunca poderei escolher uma única que goste mais que qualquer outra.
Estou a ouvir rádio, melhor, estou a escutar rádio, e que bom que é. De repente saltou suave mas firme a voz, a solo, do Paul McCartney "I can wait another day..." e PAM! baixo, bateria e um acorde de guitarra, em simultâneo, arrancam com o formidável No More Lonely Nights. Sendo indizível o prazer daí resultante, fico por aqui perpetuando na memória recente aqueles quatro minutos já passados. Servem de isco à memória na pesca de outras melodias!
Por indisponibilidade minha deixei passar o Dia Mundial do Teatro sem o referir aqui. Gosto de teatro, muito até. Mas sou mais um dos muitos que não se levanta da cadeira para ir ver teatro, que o relega para vigésima-quinta escolha nas opções de ocupação de tempo livre. O Teatro tem, acho, a capacidade de gerar uma solenidade com a proximidade que proporciona ao espectador. Não é uma imagem, é real, 3D, tem ruídos reais, respirações, hesitações. é verdadeiro, se for bom, claro.
Há uma infinidade de peças que vi passar (como aquele mecânico do anuncio do 2CV há 25 anos, lembram-se?), muitas que despertaram um interesse suficiente para pensar quando e como conseguiria ir, e como seria a peça, qual o desenrolar da história. Há neste momento duas em concreto que muito gostava de ver. Uma no teatro Villaret com o José Pedro Gomes e o António Feio chamada Dois Amores. Outra, o Júlio César se Shakespeare com a sua versão dos Idos de Março. Mas mais haverá que sei que gostaria de ver.
Eu nunca vi uma peça de Shakespeare, confesso-o. Nem de Samuel Becket nem sem lá de quem mais. E envergonho-me disso. De Shakespeare o mais próximo que vi foi As Obras Completas de William Shakespeare em 97 Minutos pela formidável e insuperável Companhia Teatral do Chiado e encenada por Juvenal Garcez. Juro por tudo (quase tudo...) o que quiserem três! fenomenais! três! actores fazem em 97 minutos TODAS as peças de Shakespeare, com a notável capacidade de fazer o espectador compreender o enredo de todas!. Uma das vezes foi no Teatro-Estúdio Mário Viegas, a pagar, a outra há meses no cine-teatro municipal, pago pela Câmara, e aqui perto.
Também no agora Teatro-Estúdio Mário Viegas tive a oportunidade de ver o Mário Viegas com a sua candidatura presidencial / peça teatral Europa Não, Portugal Nunca. Adorei e não esquecerei. A certeza de que é irrepetível magoa.
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