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Ouvi na rubrica de cinema da TSF que está em exibição, em cópia nova, ‘O Meu Tio’, um filme de 1958 de Jacques Tati. Serve o mote para aqui inaugurar uma linha de textos dedicados aos meus filmes favoritos. Não me ocorrera começar com este, não é o meu filme dos filmes, mas serve para resolver a até aqui insanável dúvida, que atrasou esta inauguração, sobre qual filme escolher para começar entre tantos de que gosto e tão diferentes entre si.
‘O Meu Tio’ é um filme formidável. De um lado os novos ricos nas suas vidas hipermodernas (a acção desenrola-de nos anos 50) rodeadas de automatismos úteis apenas para sublinhar a futilidade da sua forma de vida. Do outro lado os velhos e os não ricos que lutam a sua vida numa velha aldeia, rústica, plurifacetada, tradicional e onde todos se conhecem e se falam. O ‘sobrinho’ do filme é filho de um casal rico, bem na vida, ela é doméstica e vai recebendo as amigas para chá. Ele tem um emprego numa grande empresa e vivem a sua vida estrita e absolutamente dentro dos hábitos, horários e espaços socialmente definidos. O ‘tio’, interpretado pelo próprio Jacques Tati, é irmão da mãe e vive na aldeia.
O ‘sobrinho’ adora o tio pela oportunidade de escape que este lhe proporciona, escape da casa, dos hábitos rígidos, dos horários, das cortesias. Naturalmente é a antítese de tudo o que os pais do miúdo entendem por correcto. Toleram-no apenas ao abrigo das obrigações decorrentes dos laços consanguíneos e o ‘pai’ até faz o frete de tentar arranjar um emprego ao cunhado na sua empresa super moderna e super automatizada.
O ‘tio’ deste filme é como os verdadeiros tios, aquela figura híbrida a meio caminho entre um pai atencioso e educador e um irmão mais velho, protector e brincalhão e que abre sempre novos mundos ao sobrinho. Eu tive a sorte de ter tios assim e devo-lhes muito mais do que alguma vez poderei pagar. Devo-lhes, ainda que não exclusivamente, o gosto pelo cinema, pela fotografia e pela música. Também por isso, mas não só, gosto muito deste filme.
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