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A RTP2 está de volta. Não que alguma vez tivesse desaparecido, mas sabe bem constatar que o bom senso prevaleceu. Na verdade, ainda que tenha mudado o nome para ‘a dois’, na essência e felizmente pouco mudou.
Mas este regresso é mais que uma alteração de nome, como fora aquela. É o regresso a uma tutela da qual não devia ter saído. O Estado (que quer se queira quer não somos nós todos) tem a responsabilidade de providenciar pela elevação cultural e intelectual dos seus membros, devendo, por isso, providenciar informação, entretenimento e aculturação de superior qualidade. Por causa disso, e desde que disso tenho consciência, fui sempre contra a atribuição deste canal à Igreja, mas sobre isto farei outro post.
A ideia de atribuir o ‘segundo canal’ à sociedade civil mostrou-se inconsequente porque, por um lado, ‘sociedade civil’ não é mais que um bonito termo aglutinador de uma realidade demasiado multifacetada para ser agregada, coordenada e reflectida num único projecto. Por outro lado, e infelizmente, a sociedade civil não tem no seu todo a capacidade de gerar e gerir um canal de televisão como este, seja qual for o seu nome, com a responsabiildade que lhe é inerente.
Por fim, este regresso serve para encerrar um projecto de um governo que, se para alguma coisa serviu foi ser mau exemplo. Podemos nem sempre saber o que queremos mas pelo menos ficámos todos, ou quase todos, a saber o que não queremos.
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