Segunda-feira, 14 de Abril de 2008
Comecei a ouvir a notícia logo pela manhã. Que Jardim (Alberto João Jardim) não quer convidar o presidente da república para uma sessão plenária da Assembleia Regional da Madeira. Ouvi na TSF algo como que teria vergonha de mostar "aquele fascista do..." Fulano, e "...o padre" Cicrano. Leio no Público[1]:
"Eu acho bem não haver uma sessão solene, acho que era dar uma péssima imagem da Madeira mostrar o bando de loucos que está dentro da Assembleia Legislativa", justificou Jardim no sábado. "Eu cá não apresento aquela gente a ninguém", reforçou. E concluiu: "Acho que isso ia ter repercussões negativas no turismo e na própria qualidade do ambiente".
Alberto João Jardim tem dito inúmeras coisas. Está no seu direito pois ainda lhe é respeitada e permitida a liberdade de opinião. O preço que pago pela minha liberdade de expressão é o de ouvir outras frases de outras pessoas com outras razões, mesmo que não concorde. Mas Alberto João tem dito muitas mais coisas que, sobretudo pela forma, não devia dizer. Tal como a liberdade de circulação ou de constituir família têm regras que as regulamentam, também a liberdade de expressão tem regras. E mesmo que esta liberdade seja levada até ao limite de se dizer tudo o que se quer, quando se quer e como se quer, ainda assim há, pelo menos, as regras sociais da forma do que se diz. Tal como Jardim não anda mascarado o ano todo como nos dias de Carnaval, também aquilo que diz havia de ter ponderação e sentido de civismo, e não tem.
Que isto se passe tudo no plano pessoal não é mais relevante que isso. Mas Alberto João é presidente do Governo Regional da Madeira. Não foi eleito por todos mas dizem as regras da Democracia que ele representa todos. Devia pois respeitar todos, o que não faz.
Alberto João não respeita as pessoas que não são do seu partido e que o contestam. Dizer o que disse hoje, e não vou rebuscar o que disse no passado, atesta que não respeita a opinião dos outros pelo que ele próprio não merece ser respeitado. Talvez po isso se mantenha onde está e o deixei dizer o que lhe apetece. Não creio que seja só isso.
Este caso de hoje vei, porém, ainda mais além dos habituais casos que Alberto João provoca. Pessoalmente opino que são disparates mas por respeito que quero exercer à opinião que ele possa ter do que são, fico por lhes chamar "casos".
Dizer que os outros são uma vergonha demonstra que pretende colocar-se num ponto onde possa decidir quem deve ou não falar, quem o merece, quem pode dizer o quê. Assim sendo, não será isto um fascismo também?
Resumindo, e exerceno a minha opinião, entendo que Alberto João Jardim é uma vergonha para o Estado Português. O Estado, que somos nós todos, não pode ter quem diga qualquer coisa a qualquer momento sobre todos sem que seja chamado à responsabilidade. Alberto João estaria bem nas Desertas, onde poderia dizer o que quizesse, mas não pode representar pessoas. Acho eu.
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