A TSF faz anos, 20 anos! Mas eu já a oiço há mais que isso. É que os 20 anos são de ‘legalidade’. Antes disso foi uma rádio local, depois uma cadeia nacional de rádios. Lembro-me da última emissão ‘ilegal’, mas não da data. Lembro-me que foi encerrada com uma crónica do Herman José, que acabou exactamente um minuto antes da meia-noite. A partir daí foi o silêncio até à legalização. Não sei quanto durou o silêncio.
Para quem já não se lembra a legalização das rádios deu que falar há 20 anos atrás. Foi feito um concurso para atribuição das frequências. Desde o princípio que o concurso não ‘cheirou’ muito bem, mas lá se fez. Seria aferida a qualidade do projecto e a sua robustez económica, e mais umas coisas, acho eu. Em função da classificação no tal concurso assim seriam atribuídas as licenças de rádio, em decrescendo de potencia de emissão.
Há 20 anos sabem que rádio ganhou o tal concurso? Foi a Rádio Correio da Manhã, uma coisa que havia na altura, depois foi mudando de nome. Foi “Rádio Nostalgia” e depois mudou para “Rádio Clube Português”, apesar de quem promoveu tal coisa argumentar que era o mesmo Rádio Clube de antigamente. O nome era, mas só isso. Passados estes 20 anos já ninguém se lembra da Rádio Correio da Manhã (ou “Correio da Manhã, Rádio”? Já não sei).
A TSF continua. Sempre em qualidade, com informação sobre tudo. Aponto-lhe como negativo o obsessivo destaque permanente, quotidiano, ao futebol, apesar de esse ser, para mim, um mal comum a quase todos os órgãos de comunicação em Portugal. Fora isso toda a informação e programação é muito boa. Os programas de fim-de-semana são excelentes, as grandes reportagens semanais são sintéticas no tempo e profundas no sentido. Os cronistas, colaboradores, repórteres e entrevistadores têm sentido crítico no que dizem e perguntam, virtude rara em Portugal e inexistente em alguns outros órgãos de comunicação.
Parabéns à TSF, e obrigado por ser um bom farol, “ao vivo e a cores”, neste mar de marasmo da informação.