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Dentro do carro num pequeno engarrafamento de cidade, pára-arranca, à chuva, já anoitecera, e olhei para o lado como se suspirasse. Reparei em algo que, pela distracção dos nossos dias, não via há muito: um escorredouro de águas pluviais, daqueles que vinham por dentro dos prédios e desembocavam rente ao passeio numa saída rectangular de chapa torcida.
Na fracção de segundo em que o meu olhar ali se fixou escorreu com a imagem daquelas águas uma eternidade de memórias. Lembrei-me de onde os conhecia e tudo fui escorrendo enquanto um sorriso se aflorava.
Lembrei-me do passeio da rua da minha avó, aquelas poucas dezenas de metros que me pareciam quilómetros. Os bordos empenados dos passeios que foram pistas de alta velocidade onde ganhei muitas corridas de carrinhos. As portas dos prédios que ora eram barreiras, ora portões de castelos, ora pontes de comando de naves espaciais. As canalizações embutidas nos passeios que tanto foram metas de sprints como fronteiras de territórios de grupinhos de crianças. As caixas de água dos prédios que eram os mais secretos esconderijos imagináveis de coisas que ninguém sonhava, embora hoje perceba que era mais por não interessarem a alguém do que pelo seu valor ou utilidade.
Outras coisas já foram para o mar do esquecimento e não mais as recupero. Outras ainda por mim andam à deriva e não as consigo apanhar por agora, mas não importa.
Um instante depois de ter olhado já não mirava mais, mas a memória ficou avivada. Memórias felizes, lavadas do seu pó por bem ditas águas.
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