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Terça-feira, 18 de Maio de 2010

Casamento livre

A promulgação do casamento entre pessoas do mesmo sexo criou polémica, naturalmente. Ocorrem-me três observações que no final se interligam entre si.

1) A figura mais visível da Plataforma Cidadania e Casamento, Isilda Pegado, disse numa entrevista televisiva algo como que a decisão de legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo era uma lei que quiçá no futuro se possa mudar. Talvez espere que, num futuro para ela desejavelmente próximo, esta lei possa ser revogada por outra que coloque as coisas como eram até há uns anos. Pareceu-me ver um laivo de esperança na forma como expressou este desejo, quase um sorriso.

Com um bocado de sorte talvez as coisas mudem para ela numa próxima legislatura. Talvez possamos voltar atrás e mudar muita coisa. Talvez voltemos ao tempo em que as mulheres tinham de ter autorização dos maridos ou do pai para poderem trabalhar. Talvez voltemos ao tempo em que apenas os homens podiam votar. Talvez voltemos ao tempo dos casamentos arranjados pelos pais comprometendo as crianças a um casamento a anos de distância sem nada ligar ao que elas possam desejar para si. Isilda há esperança! Talvez cheguemos - ou regressemos... - a esses magníficos tempos e então assim possa sorrir plenamente. Se não poder esperar vá andando para o Afeganistão que lá já estão a uns anos de distância de nós.

2) Não muito longe desta forma de pensar está, sem surpresa, a Igreja Católica portuguesa. Segundo a TSF a Conferência Episcopal diz que casamento homossexual fragiliza a família, que não há nada que possa ser comparado à família constituída por um homem e uma mulher: "Não há alternativas à verdadeira família, que é uma união de amor entre um homem e mulher. Tudo o mais que se considerar como amizade, união, ajuda, não pode ser equiparado à verdadeira instituição da família que é a base que constitui a nossa sociedade".

Como pode uma organização que impede os seus membros activos de terem uma vida conjugal com pessoas do outro sexo, avaliar o que é uma união de amor entre um homem e mulher? E o que sabe do conceito de família esta organização que impede o acesso das mulheres a cargos de mínima representatividade e responsabilidade no seu quotidiano? E o que pode ser provado como verdadeiro para esta organização que acredita em coisas como ressuscitações, aparições e vida para além da morte, tudo coisas das quais não há provas ou registos minimamente fiáveis para que possam ter credibilidade? Quererão eles ser os donos da autoridade para decidir o que é verdadeiro ou não?

3) O Presidente da República criticou o uso do termo 'casamento' para a união civil registada de pessoas do mesmo sexo, por o entender abusivo, se bem o entendi. Argumentou que apenas uma minoria de países usa esse termo com esse sentido. Pessoalmente não vejo que outro termo se possa usar, nem vejo problema em sermos mais um país a usar esse termo. Deveríamos ter sido comedidos e prudentes e arranjar qualquer outra designação mais confortável para mais gente? Ou devemos chamar as coisas pelos nomes? E que mal faz sermos pioneiros? Não fomos dos primeiros a abolir a pena de morte? E dar o voto às mulheres não foi também um acto pioneiro e fora do que era comum na época? O que estas três entidades e outras que andam pelas mesmas águas não percebem é que a sociedade evolui. Pode não evoluir da forma como pretendem, mas evolui. Não se volta atrás nem nenhum de nós pode impor o nosso conceito de verdade aos outros.

Esta lei apenas vem regular algo que há muito já existia, por mais que não se quisesse admitir. A lei legaliza uma situação e permite que cada um faça o que quiser, independentemente do que os outros achem. É esta capacidade que falta a estas entidades retrógadas. À primeira sugiro-lhe que vá para o Afeganistão, mas deixo-a ir para onde quiser. à segunda não ligo, e na terceira não voto.

publicado por coisas minhas às 14:01
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Quarta-feira, 5 de Maio de 2010

A incompetência do vulcão

Um vulcão na Islândia (outro, parece...) expeliu cinzas vulcânicas que entraram no espaço aéreo português mas não causaram grande dano. Houve uns vôos cancelados a partir de Faro porque se destinavam à Escócia e Irlanda, mas nada mais do que isso.

É uma incompetência do vulcão. Bem podia estourar para a próxima semana e já o papa cá não vinha, não havia tolerância de ponto e todos trabalhavam, tanto os funcionários públicos como os do sector privado que têm de ficar em casa porque as escolas fecham, não havia tanta chatice para tanta gente que tem de andar de carro em Lisboa porque os tranportes públicos não chegam a todo o lado.

Talvez possamos esperar que estas cinzas sejam apenas o início do grande estouro, mas não sabemos quando esse ocorrerá. Seja como for, mesmo que o papa não venha para a semana, virá noutra vez, pelo que o prejuízo económico está garantido. O vulcão incompetente já merecia a sua medalha, como recebeu o Santana Lopes por exercício de "funções públicas de alto relevo". Mas numa tão grave situação económica como a actual, dar esta tolerância de ponto para tanta gente ficar em casa, provocar tanto incómodo em tantas ruas a tantas pessoas e desperdiçar assim tanto tempo de trabalho é merecedor de muitas medalhas. Talvez seja essa a solução para a crise: começar a fazer medalhas para premiar a incompetência. Há tantas para dar!...

publicado por coisas minhas às 17:36
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é pecado é...

Acho que é o jornal 24 horas que está a publicar uns fascículos sobre este papa. Se não é isso é algo parecido. O anuncio diz algo como "perder esta oportunidade é pecado". É a opinião deles, eu não concordo. Para mim pecado é ler o 24 horas! Acho eu.

publicado por coisas minhas às 17:34
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Eu também mas...

Vi no facebook que um dos meus contactos aderiu a um grupo chamado Eu Confio Nos Padres.

Eu não uso os serviços dos padres, e não conheço nenhum pessoalmente, pelo que em consciência não posso aderir àquele grupo. É tão falso dizer que confio como que não confio. A não ser que houvesse grupos para todas as outras actividades profissionais, chamados Eu Confio Nos Padeiros, ou Eu Confio Nos Taxistas, etc., só assim poderia ir dizendo em quem confio ou não. Num e noutro exemplo, Padeiros e Taxistas, não conheço ninguém. Á partida confio mas mantenho uma natural reserva. Não tenho a certeza absoluta de poder trincar violentamente um pão com a garantia que não há nada lá dentro que não me parta um dente. Igualmente, não entro com total confiança num taxi sem qualquer receio de ter um acidente ao ponto de ir sem cinto de segurança e me deitar no banco.

Grupos há muitos, este é só mais um. Mas o título e o momento em que surge parece querer vir amenizar a onda de escandalos de pedofilia que envolvem a igreja católica e que se têm revelado ultimamente como maior frequência. Confio tanto nos padres como em qualquer outra profissão. Desconfio tanto que os padres sejam pedófilos como desconfio de ministros, de bombeiros, de controladores aéreos ou jornalistas. Do que desconfio é das organizações dentro das quais há comprovadamente pessoas com comportamentos socialmente errados, seja pedofilia seja suborno, e que procuram esconder ou abafar o facto. Nesses não confio nem um bocadinho.

publicado por coisas minhas às 17:33
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A festa das bestas

Gosto de futebol enquanto espectáculo desportivo. Quando passa disso, passo a detestar.

O que aconteceu com as claques que foram acompanhar o Benfica ao Porto já aconteceu antes com outras claques noutros locais, e vai voltar a acontecer. Vão em autênticas manadas, guiadas por polícias, quais cowboys urbanos. Insultam porque foram insultados.

Há sempre alguém que começa apenas porque tem de começar. Há no meio da grande manada umas bestas que dias ou semanas antes já vão pensando no que vão dizer e fazer. Outros nem dizem nada, bastam alguns gestos primários. Há ainda os subtis, quiçá mais evoluídos ou mais tímidos, que insultam pelo que usam. Um cachecol acenado no ar a chamar expressamente "filho da puta" a quem é do outro clube, seja ele qual for, não é coisa de gente, é de besta que não sabe distinguir e diferenciar alguns no meio de muitos, e por isso também não deve ser diferenciado dentro da manada onde está e deve ser tratado como besta que é. Como nunca ninguém percebe onde isto começa e como, a escalada de insultos e agressões sobe e só pára à lei do bastão. Porrada contra porrada.

Mas há mais. Há outras bestas mais reles, que se escondem e apedrejam os transportes de quem aí vem. Desta vez foi o autocarro do Benfica que foi apedrejado na autoestrada, mas amanhã é o do Porto ou do Sporting ou de qualquer outro. Estas bestas reles nem sequer dão a cara, escondendo-se nos arbustos ou nos placards da autoestrada, e estão cobardemente confortáveis porque sabem que nenhuma das potenciais vítimas pode exacta e objectivamente identificar onde aconteceu, muito menos quem foi.

E há bestas e bestas. Algumas podem ser já chamadas de animais, ainda que com condescendência. Não são só os que vão ao estádio ver o jogo. Também os que assistem se insultam, ainda que mais prosaicamente. Odeia-se quem é do outro clube apenas por o ser, mas não é por isso que se vai dar um enxerto de porrada no cunhado com quem se está a beber as imperiais, por muito que apeteça.

E, por fim, há os senhores da selva, cada um com o seu território, que regularmente vão lançado para o ar comentários primários no conteúdo e na forma sobre os eternos adversários, o que apenas alimenta ainda mais o comportamento das bestas lá na base da cadeia hierárquica da selva. São tão primários e imaturos que não se falam nem se aproximam, nem sequer quando as equipas jogam uma contra a outra no mesmo estádio.

É triste. E toda esta bestiaria é depois divulgada em notícias sem fim, todos os dias, em todos os meios de comunicação. Alguns têm espaços a que chamam "Desportivo" quando devia ser "Diário do Bestiário" porque não falam de outra coisa que não seja a fofoca do futebol.

Talvez um dia isto mude. Talvez um dia as claque possam competir sobre quem tem os cântigos ou faixas mais cómicas. Talvez um dia possam competir para ver quem consegue ser a melhor a receber o visitante com mais cortesia e respeito. Talvez um dia toda a gente possa entrar para o mesmo estádio ao mesmo tempo, seja de que clube for. Talvez um dia saibam aplaudir e elogiar quando a outra equipa marcar um golo contra a sua, e talvez ganhar. Talvez um dia os chefes dos clubes tenham a capacidade cívica de se receberem e cumprimentarem cordialmente. Nesse dia as bestas serão gente, e o futebol será desporto.

publicado por coisas minhas às 17:32
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