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Quinta-feira, 2 de Julho de 2009

Chifres ou cornos?

O que o agora ex-ministro da Economia fez no Parlamento, foram chifres ou cornos? A dúvida é mais que semântica…

Os meios de comunicação que consultei on-line nestas poucas horas falam todos de ‘chifres’. No site do Google Notícias escrevendo pinho+cornos aparece um só resultado. Escrevendo pinho+chifres aparecem “aproximadamente 158”. Sintomático…

Na TSF ouvi que “O ministro da Economia dirigiu um gesto considerado insultuoso (…) ao colocar os dois indicadores encostados à cabeça, simulando chifres.”O DN escreve no seu site que “O gesto de Manuel Pinho - com os dois indicadores encostados à cabeça, simulando chifres”.A institucional RTP escreve no seu site “Manuel Pinho simulou chifres”. O Público titula que “Manuel Pinho faz chifres para bancada do PCP" e o Diário IOL escreve "Dois dedos na cabeça, a simular chifres".

Por fim no site do Expresso'Chifres' dirigidos”.Porém, na mesma notícia há um de vários subtítulos que remetem para notícias relacionadas com o título "Os cornos eram para nós"  e nessa leio “"Os cornos eram para nós", desabafava a meio da tarde uma assessora do PCP” e mais à frente “Como se os cornos simulados pelo ministro fossem um manguito global
A notícia acaba – provocantemente, acho eu, mas agora isso não interessa aqui – com a frase “Afinal, os cornos eram para quem?

Parece que a maioria dos media acautelou-se e escreveu “chifres” e só o Expresso agarrou o evento pelos “cornos”.Fica-me a dúvida. Tinha aprendido que chifres era um galicismo, e que a palavra correcta é cornos.

Fui à procura do esclarecimento.
No site da Priberam leio que Chifre é substantivo masculino significando corno ou chavelho, mas que pode em sentido figurado ser as pontas da bigorna, e que como verbo se pode conjugar: Adelgaçar (couro) com a chifra, ou marrar ou escornar em Brasileiro.
Cornos é "Cada um dos apêndices duros que certos ruminantes têm na cabeça; Chifre, chavelho; Bico ou saliência de alguns ossos; Cada uma das pontas do crescente da Lua.Mas também marido atraiçoado.

Pouco adiantei. Chifre é corno e corno é chifre.

Fui ao Wickcionário em Português e leio que “chifre” é um Substantivo masculino: apêndice duro, recurvo e pontudo da cabeça de certos animais, e traição conjugal. Tem como sinónimo corno. Complementarmente leio que a etimologia é do espanhol antigo 'chifle'.
À cautela vou à procura de “Corno”.  Também é substantivo, mas é substantivo masculino concreto, com plural metafônico (?). É então um prolongamento do esqueleto na cabeça de certos animais, como vaca, alce ou algumas espécies de besouros. Geralmente ocorre aos pares. Chifre, chavelho. Mas na gíria é "Homem vítima de adultério relacionamental, ou que se diz traído; marido traído;". Ora se a etimologia 'chifre 'é do espanhol antigo 'chifle', e se o espanhol, mais correctamente o castelhano, descende do Latim, sou levado a tentar opinar que 'corno' é mais correcto que 'chifre' porque a etimologia de corno remete para o Latim cornu.
Sou ainda relembrado que já Camões, n’Os Lusíadas escreveu “corno”:
- Quando um e o outro corno lhe aquentava, - Os Lusíadas II-72-3 
-  Na força está do corno temeroso; - Os Lusíadas III-47-4

É, assim, um termo erudito.

No final, volta 'corno' a ter chifre como sinónimo e como Adjectivo é referente a marido que foi, ou que se diz atraiçoado pela esposa;

Chifre continua a ser corno e corno chifre continua a ser chifre...

Se a semântica e a etimologia não me ajuda, vou para o campo da opinião especulatvca.
Naquele momento em que, como é consensualmente comentado, que terá perdido a cabeça, o que terá querido dizer Manuel Pinho com este gesto:

Estaria a dizer “tens chifres” ou “tens cornos”? Seria “vou-te aos chifres” ou “vou-te aos cornos”? Ninguém diz, “ponho-te um par de chifres” nem “levas um murro nos chifres”. Diz-se “tens um par de cornos” ou “vou-te aos cornos
Corno, ou Cornos é mais rude, mais terra a terra, menos polido mas muito mais explícita. É uma das reconhecidas vantagens do vernáculo, é que sendo menos próprias, as palavras conseguem com menos latim ter muito mais sentido, contando para isso também com o tom que se projectam.

O que o agora ex-ministro da Economia fez no Parlamento, foram chifres ou cornos? Terá querido dizer “Senhor Deputado, Vossa Excelência tem chifres” ou “é chifrudo” ou “vou-lhe aos chifres”?, ou terá antes sido “Tens cornos!” ou “és cornudo” ou “vou-te aos cornos!”. A dúvida teria sido sanada de imediato se o ex-ministro e o deputado alvo da apreciação sobre as sua virtuais e presumidas protuberâncias osseas tivessem esgrimido uma eloquente argumentação física logo ali no plenário, nos Passos Perdidos ou no parque de estacionamento. Tivesse isso ocorrido e a palavra-chave seria “corno”, e valeria mais que todo o debate.
 

publicado por coisas minhas às 23:20
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Quarta-feira, 1 de Julho de 2009

Ora toma!!

Hoje o Walkman faz 30 anos. Eu lembro-me de coisas anteriores.

Lembro-me de falar para um gravador de fita dizendo banalidades a um tio que ouviria aquilo semanas depois, algures lá longe na guerra onde ele andava (não sei já qual dos tios foi, que felizmente regressou, mas da fita nunca mais soube nada). O gravador tinha o tamanho de um televisor, e duas grandes bobinas de cada lado que rodavam lentamente.

Lembro-me de algures haver um leitor de cartuchos, algo semelhante à cassete, mas mais espesso e que não entrava completamente dentro do aparelho.

Lembro, e nunca esquecerei, os milhares de horas que ouvi em discos de vinil, de lhes limpar o pó, de limpar a agulha, de colocar gentilmente o braço e ouvir aqueles doces qznh?ks$ch=rtsch%vz (ruído "batata frita") antes de começar a música, e durante também.

Lembro-me do meu primeiro leitor de cassetes, em mono! Lembro-me de nele gravar - em mono! - o album Computer World, dos Kraftwerk, porque tinha uma música de que gostava, e gosto, e que era do genérico de um programa de entrevistas da Margarida Marante que na altura havia no primeiro canal - sim, "primeiro" porque só havia dois... - e de gravar a banda sonora do Blade Runner, feita pelo Vangelis. Em mono...

E depois, durante anos a fio, aquele leitor leu milhares de cassestes com jogos para o Spectrum depois de fazermos o LOAD "".

E lembro-me, e faço notar a quem não sabe, que havia coisas em mono, que se diz "mónó", e não "môno", que é algo de estranho para quem só ouve coisas em estéreo. É quase como explicar o que é televisão a preto e branco e só a partir das sete da tarde a quem vê tv a cores a qualquer hora do dia e vinda de qualquer lado do mundo. Mono é não haver sons diferentes do lado esquerdo e do direito, mas apenas um som absolutamente central.

Voltando às lembranças, lembro-me que ainda toca, e bem, o "tijolo" que recebi em 1986 e que já tocava e gravava em estéreo. Lembro-me que gravei o Live Aid em não sei quantas cassetes que já perdi.

E lembro-me do meu walkman, que era estéreo! Lia cassetes e recebia rádio também e, por isso, uma autência jóia para mim. Nem prata, ouro ou qualquer coisa assim me daria mais prazer do que dali tirei. Ouvia os programas que gostava e as músicas escolhidas e compiladas em cassetes. Lembro-me de ouvir a TSF, ainda como "rádio pirata".

Público noticia hoje o seu 30º aniversário do Walkman e escreve que "Recentemente, a BBC fez com que um adolescente de 13 anos usasse um Walkman em vez do iPod. Foram precisos três dias para que o jovem descobrisse que a cassete tinha dois lados."

Chegará a altura em que eu andarei com o cérebro todo baralhado, e um filho ou neto ou coisa assim me explicará com enorme condescendencia como algo trabalha, pensando para si algo como "este velhadas é mesmo tótó!". Mas para já, para este puto que não percebe que a cassete tem dois lados - HELLO!?!? - sabe bem dizer: Ora toma! Cresce e aparece! Ha ha ha ha ha!!!!!

música: Graceland, Paul Simon
publicado por coisas minhas às 23:04
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