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Terça-feira, 30 de Junho de 2009

To binocle

Sei Inglês quase como se fosse uma segunda língua. Vejo um noticiário da BBC, sky News Al Jazeera (em Inglês...) ou CNN, apesar do sotaque, tal como se visse a RTP ou a SIC.

Mas digo 'quase' porque, há palavras e expressões idiomáticas que não atinjo. Esta que encontrei, numa piscina pública, ao ar livre, em Portugal, é uma delas:

Que raio de verbo será este: to binocle?...

 

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Segunda-feira, 22 de Junho de 2009

“Enjoy the unique”?

Há na rádio que mais oiço, a TSF, um anúncio a um hotel no Porto. A TSF emite em Português, para Portugal via rádio e para todo o mundo pela internet, mas sempre em Português, com natural e óbvia excepção para a música e discursos de estrangeiros.
O tal anúncio é todo em Português, louvando a maravilhosa vista que se tem do Porto, das instalações, do Spa, do restaurante, etc.

Se o anúncio é dito em Português, numa rádio que emite em Português, é de presumir que o público alvo seja Português-falante. A ser assim estranho a frase final do anúncio: “enjoy the unique”.

Que raio!... vão tão bem em Português e depois no final sai aquela coisa. não tenho qualquer problema em entender Inglês, é como uma segunda língua, mas para que serve isto?

Um anúncio numa grande rádio nacional como a TSF, sobretudo um que passa a várias horas quase todos os dias, não deve ser barato. O tal hotel não deve ser um alojamento qualquer, a acreditar nos elogios subjacentes ao tom quente do discurso ao longo do anúncio, por isso é estranho o que pode motivar tal escolha.

Ocorre-me perguntar o que terá passado pela cabeça dos anúnciantes para quererem tal coisa. Se lhes foi ordenado que o anúncio fosse assim, com a frase em Inglês no fim mesmo que se dirigida a portugueses, então fica esclarecido. Se não foi é mais estranho. É que os anúncios não servem para mudar as pessoas. (Lembro-me de ver alguém se insurgir porque os anúncios a detergentes e outros produtos de limpeza doméstica terem quase invariavelmente mulheres e defender que deviam ter homens. Se tivessem homens, contrapuz, não vendiam tanto porque não são o seu público alvo: os anúncios aproveitam-se da realidade como ela é, boa ou má, para vender o seu produto. Quem quiser que mude o mundo).

Os anúncios usam as características das pessoas para encontrar o caminho para as convencer. Parece-me então que colocar uma frase em inglês no final do tal anúncio dito em Português e para portugueses terá sentido junto dos ouvintes e potenciais clientes. Que sentido será esse é que não imagino.

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Domingo, 21 de Junho de 2009

Directamente de ontem...

Domingo, seis e pouco da manhã. Enquanto preparo o pequeno almoço ligo a tv para ver alguma coisa que esteja a dar "A esta hora não deve haver nenhum canal nacional, é melhor ir para os estrangeiros", pensei eu. Na 1 havia televendas de cenas para minimizar a pança, e a carteira também. Busco uma caneca, um prato, os guardanapos, e mudo o canal: RTP 2: atletismo! "Uau! o que eu gosto de atletismo!". Deixei ficar.

Fui arranjando as coisas enquanto espreitava sobre o ombro e tentava acompanhar o relato. "Directo", dizia no canto superior esquerdo logo por baixo do logotipo da RTP 2.

"Directo?" pensei "De onde a esta hora? Está lá Sol, é manhã mas o Sol já vai alto."

Café, leite, fruta, mais coisas para a mesa. Por baixo do "Directo" dizia outra coisa, que não recordo com exactidão, mas remete-me a memória para algum campeonato de atletismo. Não importa.

Enquanto acabava de preparar tudo, estava a acabar uma estafeta, e a equipa portuguesa acabou em segundo. "Boa, bom trabalho!" felicitei-os eu anonima e silenciosamente. Mas a curiosidade quanto ao sítio aumentava. "Onde será isto que já lá é meio da manhã? Se é em 'Directo'..."

Pão, compota, talheres, e sento-me. Vejo a Naide Gomes, pouco depois o Obikuwelu (é assim?...). Vislumbrei uma indicação por baixo do número que cada atleta tem no peito, qualquer coisa começada por L e acabando em 2009. "Letónia, será? Para já ser manhã alta? Ou bastará que seja no Luxemburgo? Bom... também pode ser o nome de uma cidade, e há tantas começadas por 'L'..."

E de repente PIMBA: grande plano de um atleta e leio num grande o que diz por baico do número dele: Leiria 2009.

LEIRIA?!?!? Isto é em Directo de Leiria?!? Como se aqui o Sol ainda não nasceu?!? É o dia mais longo do ano, mas, caramba!, não abusem! Se eu morasse nos Açores, aceitava que aqui fosse ainda aurora e em Leiria já o Sol estivesse alto, mas não é o caso. E, depois, mesmo não estando o estádio cheio, está lá muita gente, coisas estranha para o portuga numa madrugada de Domingo. E com crianças pequenas também!... E bem dispostos a esta hora...

Completamente à toa procuro no teletexto uma salvação para a confusão, procurando descobrir que raio é aquilo que estou a ver. Para ajudar a programação começa só às 07h00, "daqui a 45 minutos!..." reparei.

Pois bem, o que estou a ver não é 'Directo' Já foi 'Directo' mas agora já não. É só 'Directo' de ontem. Foi gravado ontem directamente com o 'Directo' escarrapachado no ecrã. E agora, quem fez o disparate de deixar emitir aquilo com o 'Directo' que já não é - e que não é coisa que nunca se tenha visto, é recorrente - devia também andar com um 'DISPARATEI' escarrapachado na testa.

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Sexta-feira, 19 de Junho de 2009

Load aspas aspas

Há um anúncio a passar que usa habilmente uma frase que para muitas pessoas não faz sentido. Mas para muitas outras como eu, traz de súbito velhas e boas memórias. A frase é dita meio em Inglês e meio em Português: Load Aspas Aspas Enter. O ‘Load’ é lido em Inglês porque é daquelas palavras que desde sempre assim foram lidas, assim vieram do Inglês e assim ficaram, como Stop ou Play ou Enter. As ‘Aspas Aspas’ na verdade era apenas “”. Na sua forma completa a frase era escrita assim: LOAD “”.
E o que é isto? É preciso regressar a 1983/84 e ao fenomenal computador Spectrum, de 48k. E o que são 48k? Algo como o dobro do que este texto ocupa e que era o limite de memória do computador. E com essa minúscula imensidão se faziam coisas fabulosas. Sem som estereo, apenas com 16 cores, com cem vezes menos resolução do que tem um monitor actual, se faziam programas de contabilidade doméstica, de calculos de astronomia, de desenho (básico...) e sobretudo de jogos, imensos jogos de tudo e mais alguma coisa, que se compravam em cassetes tão mal pirateadas que até as capas eram fotocópias a preto e branco mal feitas e mal dobradas.
O LOAD “” era a instrução que tinhamos de escrever para carregar um programa, e era escrita na base do ecrã, supostamente branco mas na verdade era um creme-acinzentado e desmaiado. Hoje clica-se num ícone e meio segundo depois estamos a jogar. Na altura ligavam-se uns cabos de audio ao gravador e punha-se a cassette a andar. Depois era só esperar uns minutos (sim, minutos!) até o jogo acabar de carregar. Até lá era deixar passar aqueles apitos da gravação, lentamente da cassete para a memória.
A frase LOAD ASPAS ASPAS traz a esta geração muito mais depressa muitas mais memórias do que o Spectrum alguma vez seria capaz. É uma boa memória.
como estou?: nostálgico?
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Quinta-feira, 18 de Junho de 2009

A golpada

Esta história das eleições do Benfica tresanda a golpada. Pode ser só o cheiro, e a verdade ser outra, mas dá para desconfiar. A antecipação das eleições está manca de fundamentação plausível. As eleições podem ser antecipadas, adiadas, anuladas ou até, no extremo, extintas, desde que haja boa fundamentação para tal. Neste caso parece não haver.

Logo após ter sido anunciada esta antecipação, tornou-se público que um personagem que já andou pelo Benfica e parece estar em desacordo com o actual presidente, só se poderia candidatar em Outubro, altura em que à luz dos estatutos, reuniria as condições para se candidatar. Parece que se não fossem adiadas as eleições seriam por essa altura. Coincidências...

Entretanto há mais candidaturas. Um que anda verdadeiramente nas nuvens a fazer conferências de imprensa a bordo de avião. Outros foram falar com o director da TVI para entrar na guerra.

Estranho... o director da TVI? Por portas e travessas que os raciocínios têm, isto lembra-me que o Benfica terá tido em tempos um acordo especial com uma sociedade de comunicação dos irmãos Oliveira, e que tempos depois o acordo se desfez. Agora, há pouco tempo, lançou o Benfica TV, não sei se para fugir dos irmãos Oliveira, se para escapar à Sport TV. Nem sei onde se pode ver (e se souber não vou ver!). Mas com a entrada ao barulho do nome da TVI não sei se tudo isto não estará tudo ligado...

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Quarta-feira, 17 de Junho de 2009

Disparate com asas

Tinha ouvido a coisa há dias, mas entre o desinteresse pelo o assunto, e a incredulidade, preferi não fazer nada. Agora veio a notícia do acontecido, e afinal é verdade. Os disparates têm esta qualidade intrínseca de nos fazerem tanto desinteressar como querer falar deles.

 É-me até difícil começar. Em certa medida falta-me o adjectivo, mas na verdade, o que se passa é que não quero ofender e por isso não vou apodar a pessoa com aquilo que ela me parece ser.Sejamos então politicamente correctos. Respirando fundo, vamos rotulá-lo apenas de "alguém".

Há então "alguém" que se vai candidatar (ou já candidatou, não interessa) a presidente do Benfica, e resolveu alugar um avião à TAP para fazer a conferência de imprensa a anunciar as suas pretensões e, mais, as suas intenções logo que seja eleito.

Começa por ser disparatado falar do que se vai fazer como se a eleição estivesse automaticamente garantida. É uma presunção que alguém com verdadeiro espírito democrático e desportivo nunca teria, mas isso é uma raridade na nossa sociedade, e uma aparente impossibilidade neste personagem.

O maior disparate nisto é este novo-riquismo de alugar um avião para fazer o que podia ser feito numa sala, num autocarro, numa carruagem de comboio ou de metropolitano. Se as viagens espaciais fossem tão corriqueiras como são as de avião, teria certamente ir dado uma volta à Lua para se propagandear. Assim, voou mais baixinho.

A viagem foi enorme! Do Porto a Lisboa, ou Lisboa ao Porto, não interessa. Meia hora de avião, fora as outras quatro entre chegar ao aeroporto, check-in, embarque, e etc. Num comboio era mais barato e mais rápido. Numa sala de hotel ou num restaurante ainda mais seria. E num comboio ou num restaurante também podia ter aquela mariquice dos encostos cabeça estampados com o emblema do clube. É piroso que se farta, acho eu, mas ficará bem na fotografia, achará ele.

Qual é a mais-valia de fazer isto num avião? Não sei quanto custa o aluguer do avião, mas há de ser mais caro que uma carruagem de comboio, ou uma sala de um hotel. Se foi mais caro, e se quem pagou isto tem algum juízo, é porque vale a pena o investimento extra. Qualquer pessoa está disposta a pagar mais se tiver também um maior retorno, mensurável de alguma forma, e neste caso escapa-me qual poderá ser a mais- valia de fazer uma conferência de imprensa num voo alugado para o efeito.

Não atingindo eu a necessidade de fazer num avião o que podia ser feito em qualquer sala, concluo para já, e enquanto não tenho mais elementos, que o personagem tem dinheiro para gastar, que é muito diferente de investir, e que está disposto a gastar (em vez de investir) mesmo que isso não traga qualquer retorno. Assim sendo, que credibilidade pode ter uma pessoa assim para gerir uma sociedade como o Benfica?

Três pequenas notas, a terminar:

1) quem pagou a viagem de regresso dos jornalistas? É que se a viagem foi Porto-Lisboa, e eles forem de Lisboa, tiveram de ir ao Porto apanhar o avião, e os que são do Porto tiveram de regressar de Lisboa. Será que o personagem também pagou o regresso aquela quinzena de convidados?

2) talvez a comunicação social tenha truncado o discurso, o tenha manipulado com boas ou más intenções, mas a única coisa de que ouvi este personagem a falar foi de futebol. Que despedia já o treinador, e que a equipa ia ser isto, e fazer aquilo, e conquistar aqueloutro. Pensava eu que no Benfica havia mais modalidades, mas afinal não, só há futebol. O resto, o pessoal do andebol, do judo, da natação e outros passatempos assim, são uns desgraçados que correm e pulam na paisagem.

3) não sou do Benfica, nem sócio de qualquer clube, e interessa-me menos quem lá manda do que as preferências alimentares das estrelas do mar.

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Terça-feira, 16 de Junho de 2009

Os nossos milhões

Parece estar a ser polémica a verba que o Real de Madrid pagou pelo Cristiano Ronaldo.

O Real de Madrid não pagou os milhões de que se fala, certamente. Irá pagar com as verbas que vai receber.

E que verbas são essas?As dos patrocinadores.

E quem paga os patrocinadores? Nós: os que ao domingo vamos de automóvel (marca x, que patrocina o Real)de fato de treino (da marca que patrocina o Real),comprar um jogo para a consola do miúdo (da consola que patrocina o Real). Como é de manhã vai-se ao hiper e compram-se umas cervejas (daquela marca que patrocina o Real) para bebericar enquanto se vê o jogo logo à tarde (no canal pago que transmite os jogos em exclusivo) naquele LCD enorme (da marca que patrocina o Real). Aproveitamos e telefonamos (com o telemóvel da marca que patrocina o Real) para convidar o amigo a ver o jogo e partilhar a cerveja. Já agora leva-se uns refrigerantes (daquela marca que o jogador X fez um anúncio espectacular) para quem não gosta de cerveja. Ah, tenho de levar também lâminas da barba (daquelas em que aparece o jogador y no anúncio). E na caixa paga-se tudo com o cartão multibanco (do banco que patrocina o Real) ou com o cartão de crédito (da marca que patrocina os clubes todos).

E assim somos felizes, porque a vida vai indo. Que interessa se todo este dinheiro serve para pagar 520 milhões de refeições escolares, ou alimentar quase 9 milhões de etíopes se isso não rende dinheiro depois? Quando a supressão da fome render dinheiro ela será atingida.
A história é antiga, a Economia já a ensina há muito. O dinheiro não se multiplica, apenas circula. A questão aqui é que é cada vez mais a circular, porque consumimos cada vez mais. Nós, os que pagamos o Ronaldo e o BCP e o BPN e o TGV e tudo isso.

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Domingo, 14 de Junho de 2009

Fotos do Público

Os fotógrafos do Público têm um blog onde publicam as fotos que vão publicando no jornal e as que, por alguma razão, ficam de fora. Entre outras razões, foi a variedade, a qualidade e a originalidade das fotografias que me tornaram fiel fã deste grande jornal.

O blog está aqui.

A não perder! Parabéns a quem teve esta iniciativa.

 
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Segunda-feira, 1 de Junho de 2009

Nunca tinha pensado nisto

Um dos primeiros livros que tive e li foi a história da Constituição, livro pequeno, de umas vinte páginas em banda desenhada, em que num registo típico da literatura imediatamente pós 25 de Abril, eram dadas 'umas luzes' sobre o antes e depois do 25 de Abril, e as diferenças essencias, e perceptíveis para uma criança, entre as Constituições de 1933 e 1974. Mais ou menos pela mesma altura tive um poster da Unicef no meu quarto que enunciava os direitos das crianças.

Assim, desde cedo me habituei a estes princípios e, creio, julgo ter procurado defendê-los, promovê-los e divulgá-los sempre que entendi necessário, útil e oportuno. A liberdade, de acção, de pensar, de cantar ou escrever, sempre entendi como inalienável e um bem supremo. Igualmente, o direito de participar, de protestar e de concordar, de falar ou estar calado está no mesmo nível de importância: o mais alto.

Vem isto a propósito de uma tomada de consciência instantânea que hoje tive. Ouvi algo que me surpreendeu por duas razões: primeiro, porque é óbvio e nem devia ser um acontecimento e, consequentemente, notícia. Segundo porque tendo tido a educação que tive, e julgando que sempre defendi, ainda que por vezes só para mim, a importâcia da participação cívica, nunca me apercebi de quem por uma razão tão injustificada pudesse ficar excluído.

Foi isto tudo motivado pela notícia que ouvi na TSF de que a partir do próximo acto eleitoral haverá boletins de voto em Braille. Assim os invisuais podem saber no cartão quais são os partidos e assinalar a escolha. Podem votar. Podem dizer, por aquela forma, o que querem e, por omissão, o que não querem. Podem exercer o direito que é manifestar pelo seu próprio entendimento e não por terceiros, o que querem e não querem.

Direito óbvio, nem se discute. Mas porquê só agora? Porquê só ao fim de 35 anos de democracia? E pior ainda, que é o que mais me chateia: porque nunca me preocupei antes com isto?

Faz pensar...

Faz pensar na quantidade de coisas que sempre dizemos que só acontecem aos outros. Tivesse eu o azar de andar de cadeiras de rodas e já teria chateado meio mundo por qualquer falta de qualquer rampa em qualquer sítio, ou por qualquer obstáculo em qualquer lado que me impedisse de ir a qualquer lado, ou simplesmente de poder ir mesmo não o querendo. Não sou invisual, felizmente acho eu. Mas também não me lembro de ter alguma vez feito algo de útil para os ajudar a serem tão cidadãos como eu procuro ser. E não acho bem. Mea culpa.

publicado por coisas minhas às 22:52
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