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Nunca pensei vir a concordar com uma palavra de um ministro deste governo, mas, para já e a quente, concordo com uma frase do ministro das finanças que ouvi há munutos na TSF. Disse o ministro, sublinhando que era a sua opinião pessoal, que a organização conjunta Portugal/Espanha do Mundial de Futebol de 2018 não deve estar no topo das prioridades portuguesas. Segundo o site da TSF «há muitas outras iniciativas que serão, com certeza, bem mais relevantes para o reforço da nossa competitividade do que organizar um campeonato de futebol mundial».
Ainda segundo a TSF, Madaíl não está incomodado com o comentário, e não percebe muito bem o ministro quer chegar. Diz que custos haverá mas só lá para 2014, e que até os ingleses, que também estão em crise, vão organizar os próximos Jogos Olímpicos e também se estão a candidatar ao Mundial de Futebol de 2018.
Desde já não comento a comparação com os ingleses, pois em muita coisa já nem com os gregos nos podemos comparar.
Pessoalmente opino que é uma parvoíce candidatarmo-nos a organizar um Mundial, seja 2018 ou 2058. Organizámos um Europeu e para isso se fizeram estádios cuja maioria não é utilizada, que não estão pagos e que mantêm endividados vários municípios. Não se pode dizer que não tenham servido para nada. Serviram para alguns jogos, e para encher o bolso dos donos deste país: os contrutores civis.
Temo que a candidatura ao mundial corra pelo mesmo caminho. Já correm notícias de que é preciso estádios com uma capacidade de 80 mil lugares (salvo erro) e que em Portugal não há nenhum. Pois arrasem-se os sobreiros, cimentem-se sapais, espantem a passarada das resevas ecológicas que não dão dinheiro e construam estádios a torto e a direito!
Porque não há tanto entusiasmo, ou mesmo uma fracção deste entusiasmo a construir estruturas para outros desportos? Não é o Nelson Evora que ainda treina num corredor do estádio da luz? Porque não se constroem mais piscinas, pavilhões, pistas de corrida? Porque não é mais apoiada a esgrima, o andebol, o tiro ao arco, e todas as outras coisas?
Trouxemos uma medalha de ouro e de prata em Boccia (é assim que se escreve?) nos Jogos Paralímpicos. Que estruturas têm estes atletas? Que apoio? Que divulgação?
Porque não nos candidatamos a um campeonato com os Noruegueses a ver quem consegue ter os melhores hospitais, ou as melhores escolas? Isso sim, daria luta e serviria para alguma coisa.
Pensei a começar a escrever isto com "Ontem foi notícia..." mas, de repente, parei. Foi "notícia" ou foi "noticiado"? A dúvida semântica faz mais sentido na minha reticência do que por si só. É notícia o que é noticiado e o que é noticiado é notícia, dizem os diccionários. Mas fica-me a dúvida sobre se o que foi noticiado tem importância só por si, ou se ganhou importância porque foi noticiado. Tendo mais para esta última possibilidade.
A "notícia" (que a custo me custa assim rotular...) foi a escolha de qual cão adquirir pelo próximo presidente dos Estados Unidos da América. Como tende - dizem! - para escolher um Cão de Água Português incharam-se por aí alguns orgulhos bacocos.
Se estivessemos naquilo a que os jornalistas chamam silly season, o Verão em que quase é preciso inventar notícias, compreendia que uma notícia vazia como esta fosse divulgada. Mas no estado que estamos todos, o país e as suas regiões, a Europa e o Mundo, este tempo gasto a noticiar dúvida sobre para que lado penderá a preferência pela raça do cão não será demais? A isenção e imparcialidade, que supostamente devem orientar a práctica jornalista, não deveriam obrigar a noticiar todas as outras dúvidas e preferências de raças de cães? Considerando o potencial mercado de cães, e já não alargo a extrapolação para todos os outros animais domésticos mais comuns, não há já espaço para um programa de televisão sobre o assunto em horário nobre? Quantas pessoas estarão a pensar ter cães? Que raças preferem? O que comem eles? Que doenças têm? Que cuidados a ter? Podia haver convidados permanentes do programa para comentarem e esclarecerem as dúvidas dos espectadores: "Tenho uma casa numa zona seca e quente, que cão compro?"; "tenho crianças pequenas, qual é o cão ideal para a idade delas?". O mercado potencial para tal programa é imenso. Só em tratadores de cães, veterinários, lojas de animais, empresas de rações, há mercado suficiente para garantir a publicidade e sustentar o programa. Isto, claro, se merecer a pena noticiar que alguém está a pensar comprar um cão e está ainda na dúvida sobre qual a raça ideal. Senão mais vale não noticiar.
Como não acredito que haja bom senso em quem recebeu a notícia e em quem a elegeu para ser noticiada, quase me apetece apostar um osso em como ainda hão-de noticiar o nome escolhido para o bicho.
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