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Sou um extraterreste, só pode!
Já aqui abordei o sentimento, agora vou começar a desenvolvê-lo. Às vezes sinto como se viesse de outro planeta.
Há uns vinte e tal anos atrás li um delicioso conto de ficção científica de Adrian Cole chamado ‘Fora de Jogo’ em que um suposto observador extraterrestre relatava o que via num determinado local do planeta Terra. Estando à busca de vida inteligente, procurou uma concentração de habitantes e encontrou-os. Estavam reunidos num espaço construído em redor de um rectângulo verde, daí deduzindo que esse seria o objecto de devoção em cuja honra iria ser feito o sacrifício de um animal. Este, de tanto aterrorizado que estava com a multidão à volta e os 22 sacerdotes, onze de cada seita que a agrediam sucessivamente com a extremidade dos seus membros ante a impassividade de 3 sumosacerdotes vestidos de negro, a criatura havia-se encolhido tanto que tomou uma forma esférica, e o seu sacrifício motivava a presença da multidão.
É extraordinária a capacidade do escritor de se distanciar do futebol tal como o vivemos e traduzi-lo para o ponto de vista absolutamente alheio.
Gostava de me conseguir alhear assim. Tento, mas ainda não consigo. Eu desligo o aparelho ou mudo de canal de televisão ou frequência de rádio aos primeiros instantes de conversa de futebol, mas por mais que me esforce não consigo deixar de saber que jogos vão ocorrer, o que aconteceu, e tudo o mais que nada me interessa.
E depois alguém pergunta “então, pá, viste o jogo ontem? Foi bom não foi? Viste aquele remate de Fulado?”… e há duas respostas possíveis:
Se respondo “não, não vi” com a linguagem corporal de quem diz “não tive oportunidade de ver” então já sei que me repetem todo o jogo, com todos os detalhes mas visto de um único ponto de vista.
Se, por outro lado, respondo “não, não vi” mas com a linguagem corporal de quem diz “não vi nem quero saber”, fica o outro interlocutor estarrecido com tal coisa, como se dissesse “não gosto de viver à luz do dia” ou algo ainda mais estranho que não consigo sequer verbalizar. Sinto-me mesmo como se vivesse noutro planeta.
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