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Sexta-feira, 12 de Outubro de 2007

Colombo Portugês

Hoje dia 12 de Outubro é o aniversário da descoberta do continente americano por aquele que ficou conhecido como Cristóvão Colombo, embora nunca tenha escrito o seu nome assim.
Entendo por isso por bem lembrar o livro de Mascarenhas Barreto, “O português Cristovão Colombo, Agente secreto do Rei Dom João II” Edições Referendo,1988, e das provas documentais publicadas em dois volumes em 1997 pela Nova Arrancada.
Nesta obra Mascarenhas Barreto desenvolve a tese de que Cristóvão Colombo é na verdade Salvador Fernandes Zarco que cumpriu o plano gizado por D.João II para afastar Castela da rota das Índias oferecendo-lhes em troca o continente americano que os navegadores portugueses já sabiam existir.
Toda a obra é extremamente coerente e faz sentido. Os dois volumes de provas documentais dizem onde estão e quais são os documentos que sustentam a tese. Refere, por exemplo, documentos da Torre do Tombo de e ele era filho do Infante D.Fernando, Duque de Beja e de D.Isabel Duarte., logo neto do Rei D.Duarte e de João Gonçalves Zarco.
Ele sempre escreveu o seu nome como Colón, e assim é designado em Castelhano. Há documentos de 1493 no Vaticano que se referem a ele como Cristofom Cólon, nunca como Colombo nem como Cristóvão.
Assinava com uma sigla que no final parece ler-se xpoferens. O xpo é a abreviatura de Cristo, o Salvador, normalmente escrita totalmente em maiúsculas, ele escreveu apenas a primeira letra, o ksi grego, e o resto em minúsculas como se fosse o seu nome próprio. Ferens era abreviatura de Fernandes em Portugal no sec.XV. A letra final, um ‘s’ mal desenhado é também a letra Lamed do alfabeto hebraico que significa colon, ou troço (como os segmentos do nosso intestino), mas também significa Zarco. A assinatura será então de Salvador Fernandes Zarco.

Eis o lamed: ל
Nunca escreveu em Italiano e sempre muito mal em Castelhano. Sabia latim, hebraico, matemática, cosmografia, geometria, e conhecia todos os instrumentos da marinha e a navegação. Um nível estranhamento elevado de cultura para um tecelão genovês.
Casou em 1479 com Filipa Moniz, senhora nobre, filha de Bartolomeu Perestrelo, capitão donatário da ilha de Porto Santo. Não há registo aquela altura de se dar em Portugal um casamento entre um plebeu e uma senhora nobre. Coisas estranhas para um tecelão genovês...
Era meio-irmão da rainha Dª. Leonor, mulher de D.João II. Assim se justifica que no regresso da primeira viagem à América, rumou a Lisboa em vez de ir para Castela, que lhe pagou a viagem. Foi ter com o próprio rei D.João II com quem teve uma audiência privada, só os dois. Depois de falar com D. João II foi ter com a sua esposa, Dª Leonor, em cujo palácio ficou alojado. Podia um tecelão genovês do sec.XV ter tamanhas intimidades com algum monarca?
Mascarenhas Barreto apresenta, entre muitos outros argumentos, um bastante curioso. Se o essencial do caminho para a Índia foi descoberto em 1488 por Bartolomeu Dias com a passagem por mar ao sul de África pelo cabo da Boa Esperança, porque Portugal esperou dez anos, até 1498, para enviar Vasco da Gama descobrir o caminho oficialmente? Porque foi necessário esperar as negociações com Castela e com Roma para conseguir um tratado que afastasse Castela da Índia mas guardando o Brasil, já conhecido, para Portugal.
Os lugares a que deu nome em Cuba, na América Central, têm todos correspondência com outros lugares, sítios e morros, à volta de Cuba no nosso Alentejo. Mascarenhas Barreto refere inúmeros nomes coincidentes entre a ilha da América Central e o nosso Alentejo Central. Por mim, é demasiada coincidência. Por mim estou convencido.
Vejam a página sobre Salvador Fernandes Zarco na Wikipédia.

publicado por coisas minhas às 22:30
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